"Por que o meu time não tem jogo transmitido?". "Por que eu tenho que assistir às transmissões do futebol brasileiro num só canal?". Afinal, como uma emissora conseguiu deter tamanho poder sobre o programa futebol no Brasil mesmo com concorrentes estrangeiros em outras mídias? Essas dúvidas são comuns em rodas de conversas de torcedores brasileiros neste século e Os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol busca apresentar os motivos. Traça-se aqui a construção histórica a partir do caso do Campeonato Brasileiro de Futebol, tendo em vista o período de 1971 a 2018, em que se destaca a relação entre os grupos midiáticos de comunicação e o principal torneio de futebol realizado no país. A obra propõe-se a relatar essa relação enfatizando, especialmente, quatro momentos: a realização da Copa União em 1987; a cessão dos direitos de transmissão a partir do Campeonato Brasileiro de 1997; os novos acordos que surgem em 2011 depois do Termo de Cessação de Conduta entre Grupo Globo, Clube dos Treze e CBF; e a disputa entre Globo e Esporte Interativo para os direitos a partir de 2019. A decisão de um órgão dedicado a evitar problemas na concorrência do setor econômico, o Cade, poderia ter regularizado o mercado brasileiro de aquisição de direitos de transmissão de eventos esportivos, mas acaba mudando para pior o modelo de negócio, com o fim da centralização da oferta e a implosão da associação de clubes. Novos efeitos vieram dois contratos depois, gerando resultados contrários ao mesmo Grupo Globo que atuou pelas alterações anteriores. Nesse espaço, o Esporte Interativo inaugura uma concorrência responsável por mudar a distribuição de valores dos meios de comunicação, mas abre a possibilidade de um "apagão do Brasileirão", com partidas sem poderem ser transmitidas. Este livro, assim, atenderá ao interesse dos torcedores de futebol, que buscam cada vez mais entender a importância dos recursos dos meios de comunicação para os clubes; assim como para os pesquisadores, que veem uma análise do ponto de vista econômico, mas na perspectiva crítica da Economia Política da Comunicação.