Seline se encontrava ao lado de Adrian, no interior daquele salão, o qual somente era
iluminado pela pequena luz de uma lâmpada, vermelha, firmada junta ao teto do
recinto. Adrian demonstrava um olhar apaixonado, enquanto mantinha sua atenção
presa na direção de uma mulher em especial ali presente.
Aquela jovem tinha os cabelos negros, tão intensos como a cor das sombras, e com
os fios tão escorridos como se fossem um lençol de seda. Seus olhos verdes
conseguiam radiar, mesmo perante o brilho luminoso e quase insignificante do interior
do salão. Ela segurava uma taça de cristal, contendo um raríssimo uísque Dalmore
1962, e degustava deliciosamente todo sorvo que descia por sua garganta, como se
fosse o último de sua vida. Depois de cada gole, ela passava a língua em seus lábios
rosados, denunciando o prazer ao saborear aquela bebida, e deixando Adrian ainda
mais descontrolado enquanto seus instintos apaixonados pareciam conversar com ele
em seu interior.
A música interna se mantinha em um volume alto o bastante para Adrian precisar
abaixar o seu pescoço, e aproximar sua boca ao ouvido esquerdo de Seline.
– Quem é aquela mulher? – perguntou Adrian, que não escondia sua veneração, ao
vislumbrar a imagem de uma mulher, aparentemente tão perfeita, como aquela que se
encontrava à alguns metros à sua frente.
– Acredite em mim, Adrian – disse Seline, após estender sua face, aproximando os
lábios do ouvido de Adrian para que ele pudesse escutar tais palavras –, você não vai
querer conhecê-la...