Brazuca nasceu em meio à miséria absoluta. A extrema pobreza obriga sua mãe grávida e solteira a se prostituir, massacrada pela tradição do patriarcado e abandonada pelo namorado e pela família.
Ele se ressente, mas entende o distanciamento afetivo imposto pela mãe entre os dois. Então, luta bravamente — e ainda bem precoce — para retirar a mãe e a si da realidade que os oprime e restituir-lhes a dignidade e o grande amor que os une.
Ele, bem pequeno ainda, quase gente, sente o peso do preconceito e da falta de acesso a formas de mudar essa realidade. O trabalho infantil é de pouca valia, e o assédio do tráfico não é uma opção para ele, pois seu intuito é a drástica mudança de realidade.
Apesar de se sentir meio burro, acredita que a educação é a única porta de saída da sua realidade e, por isso, luta com todas as forças para construir uma educação que liberte a ele e a mãe da realidade inaceitável.
A obra de ficção aborda a invisibilidade social e as dificuldades de quem nasce em ambiente de condições altamente desfavoráveis e, ainda assim, consegue se libertar das amarras, transformando-se no modelo de herói moderno, sem superpoderes.