Renovação de receitas é uma prática comum na rotina dos serviços de Atenção Primária à Saúde. Tendências mundiais apontam para um aumento de pacientes em uso de medicamentos através de receitas renovadas. Grande parte desse contexto relaciona-se com a transição demográfica. Com efeito, os profissionais de saúde lidam com uma pressão assistencial em relação a essa tendência. Ainda assim, há carência nacional sobre o impacto dessa atividade, bem como orientações específicas. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo principal desenvolver um formulário para organização do processo de renovação de receitas e delinear o perfil desse paciente. Como resultado, a maior demanda por renovação de receita foi de pacientes portadores de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente a partir da quinta década de vida, em especial brancos e do sexo feminino. Com relação aos medicamentos mais renovados, a classe dos psicotrópicos e cardiovasculares foram as mais significativas. A partir desse panorama, enfatiza a necessidade de divulgação aos profissionais e gestores da saúde sobre a importância dessa prática dentro do rol de ações em saúde e estimular a estruturação dos serviços de saúde diante de uma nova perspectiva em que o paciente não seja fragmentado em diversas patologias e os recursos financeiros e humanos sejam organizados de maneira mais racional.