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Ordem e progresso

Ordem e progresso

Sinopse

Quase meio século depois de sua publicação, Ordem e Progresso se mantém moderna e provocativa como na época de seu lançamento. Durante esse longo período, a obra de Gilberto Freyre foi discutida, atacada, louvada, sem que perdesse uma lasca de sua importância, espécie de montanha pétrea na planície dos estudos brasileiros. Pelo contrário, ganhou o reconhecimento universal como documento indispensável ao conhecimento do Brasil - os vários Brasis que convivem no espaço e no tempo -, e sua formação. Podendo ser analisada e avaliada como obra independente, Ordem e Progresso ganha em ser considerada, dentro do projeto do autor, como uma fase da história da sociedade patriarcal brasileira, aquela de desintegração do patriarcalismo, sob o regime de trabalho livre. Obra pioneira como interpretação, Ordem e Progresso introduz uma novidade de pesquisa nos estudos de sociologia e antropologia, a utilização de entrevistas padronizadas, dirigidas a pessoas que viveram a fase histórica estudada. Mais sintética do que analítica, segundo o próprio Freyre, Ordem e Progresso abrange o período histórico de transição da monarquia para a república, que se estende da assinatura da lei do Ventre Livre, 1871, quando as pressões para a abolição da escravatura começam a se tornar irresistíveis, à eclosão da Primeira Guerra Mundial, 1914, época de decadência da economia cafeeira e de aceleramento do processo de industrialização. Fase de influência do pensamento positivista, cujo lema seria incorporado à bandeira brasileira e serviria de título à obra de Freyre. "Mais do que um lema de uma corrente político-filosófica particular, o Ordem e Progresso é uma mística do patronato político, uma constante nacional", observa Nicolau Sevcenko no prefácio a esta nova edição. O Brasil abre-se, então, em definitivo, para o mundo e a modernidade.

Autor

Nasceu no Recife (PE), em 1900. Iniciou seus estudos no Colégio Americano Gilreath e completou a sua formação nos Estados Unidos, onde frequentou as universidades de Baylor (Texas) e Colúmbia (Nova York). Retornou ao Recife em 1923, passando a exercer diversas atividades no âmbito da cultura e do ensino no Brasil e no exterior. Ocupou o cargo de deputado federal (entre 1946-1950), quando criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Dedicou-se aos estudos sobre cultura e sociedade brasileiras, organizou congressos e realizou diversas conferências. Fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação com Pernambuco, em especial Olinda e Recife. Com o livro Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933, Gilberto Freyre revolucionou a historiografia. Ao invés do registro cronológico de guerras e reinados, ele passou a estudar o cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais, manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios de jornais e outras fontes até então ignoradas. Usou também seus conhecimentos de antropologia e sociologia para interpretar fatos de forma inovadora. Freyre recebeu diversas homenagens. Entre elas, em 1962, o desfile da escola de samba Mangueira, com enredo inspirado em Casa-grande & Senzala. Foi doutor pelas Universidades de Paris (Sorbonne, França), Colúmbia (Estados Unidos), Coimbra (Portugal), Sussex (Inglaterra) e Münster (Alemanha). Em 1971, a rainha Elizabeth 2ª lhe conferiu o título de Sir (Cavaleiro do Império Britânico). Seu livro Casa-grande & Senzala está entre as obras essenciais para o entendimento da identidade brasileira. Freyre faleceu em 1987, aos 87 anos.