As Operações de Informação trouxeram um profundo impacto nas estruturas das relações internacionais, não sendo fácil a distinção entre ambiente de paz e de guerra. Esse fenômeno multidimensional e multidomínio, de revoluções no campo técnico e científico, engloba os avanços do conhecimento nas dimensões humana, informacional e física bem como nas possibilidades das operações no ambiente da informação no caso de conflitos.
O emprego regular das Forças Armadas está diante de um cenário mundial de indefinição da realidade, que vai muito além do emprego de armas tradicionais, adotando-se o amplo uso da informação e da influência. No âmbito operacional e tático militar, a integração de capacidades especializadas — como inteligência, guerra cibernética, guerra eletrônica, operações psicológicas, comunicação social e assuntos civis — passou a determinar o sucesso das operações, sendo que o ambiente operacional multidimensional tem transformado os cenários estratégicos em uma permanente "Guerra de Informação". Entretanto, nos dias atuais, ainda persiste a dificuldade da compreensão desse novo domínio, caracterizando uma névoa de conceitos que dificulta estabelecer significados cognitivos e limites físicos da guerra.
Nesse contexto, a obra analisa o desafio organizacional e cognitivo das Forças Armadas brasileiras de incorporar a doutrina das Operações de Informação, considerando variados parâmetros da percepção do ambiente da informação das operações militares para adequar-se ao caráter holístico das futuras ameaças e de cenários militares cada vez mais complexos e intangíveis.