O homem que fotografa infinitos.
A simplicidade das metáforas e a intimidade do poeta com as coisas simples da vida, o amor, a família e amigos... são, sem dúvidas, a maior riqueza desta obra. O leitor é levado à reflexão sobre a essência da vida, o sobre quão mágico e divino é o instante. Saudade para quem viveu e curiosidade para aquele que ainda pode viver cada pedaço de vida imortalizado na poética do autor. Através destas metáforas, percebemos a dimensão de cada fração de segundo ao lado dos pais, irmãos, amores, casa, chão, cheiro de vó, café.
Atevaldo Rodrigues fotografa o infinito toda vez que escreve. Neste lugar metalinguístico é onde residem todas as versões do poeta, do menino e do homem. Lá na morada do fim, o poeta tem carta branca e um banco de madeira, tal qual no café do Cazuza, em Chaval, e lá ele é rei de suas metáforas, lembranças, saudades e com elas, o poeta brinca de criador de mundos paralelos.
Caro leitor, se tu leres esta obra e não chorar em alguma parte dela, desconfiarei da tua humanidade. "Onde termina o infinito" é uma dose de poesia necessária para nos manter vivos e compreender a importância dos sonhos, das utopias e das saudades.
Marcello Silva - Escritor