Mais um livro do Pratinha vem chegando. O Pratinha canta o amor, do seu jeito. Ele vê o tempo todo a sua musa inspiradora, estando ela perto ou longe. Tem-se a impressão de que o poeta vive numa dimensão dupla, ou se movimenta entre as dimensões com volatilidade ímpar. O amor é tão transcendente, no seu estro, a ponto de se encontrar e se perder na imensidão do universo. A estética deste autor não se baseia em cânones ou formatos. É aquele algo de anseio natural pelo seu amor, embasado, digamos assim, no mais primitivo desejo, configurando a fêmea que o atrai e que por ela é atraído. Assim vive o seu encantamento na senda dos sentidos que o levam a poetar. O seu amor, um dia foi escrito nas estrelas, como diz o cancioneiro popular, tema abordado inclusive na dramaturgia. Parece que somos piegas quando acreditamos em estrelas distantes onde o Criador escreveu o nosso roteiro, para ser vivenciado. Não podemos duvidar, porque, como as crianças, acreditamos na beleza das fantasias. Isso nos remete aos milenares arquétipos onde encontramos uma espécie de predeterminação divina do amor. Assim andamos suspirando, sorrindo e chorando pelos nossos amores, sendo esta arte de escrever, talvez o máximo dos expoentes e, quem sabe, nossa razão de ser: Amar e cantar, dançar, sexo e êxtase. Tudo encontramos nessa obra. E todas as artes juntas explicam que somos deuses inflados de desejos carnais. O autor é bastante culto e possui conhecimentos suficientes para escrever de modo clássico, entretanto ele dá-se ao direito de falar e retratar sua musa, nos poemas, com a naturalidade como acontecem nas alcovas. Para salvaguardar a originalidade do poeta, foi mantida a linguagem coloquial. Nisso se respeitou a espontaneidade da sua composição, que tem a prerrogativa de usar a licença poética, porque, na hora do amor, qualquer compromisso com gramática e ortografia atrapalha. E as concordâncias passam a existir só nos atos que o amor realiza. (Luciana Carrero, editora)