No livro Oficina de Poeta , de Evan do Carmo, adentramos em um universo onde a poesia é a protagonista e o poeta assume o papel de arauto das emoções, sonhos e reflexões. Nessa obra de essência visceral, o autor nos brinda com uma coleção de cem sonetos que vai além do simples exercício lírico, revelando-se como um escrutínio perfeito sobre a alma insensível do homem atual. Em cada verso, Carmo discute e denuncia a falta de respeito pela poesia e pelo poeta, revelando a realidade árida em que vivemos, onde a sensibilidade e a contemplação se tornaram raridades. Os sonetos são armas afiadas, palavras que penetram na consciência do leitor, provocando uma reflexão profunda sobre o mundo que nos cerca e nossa relação com a arte poética. A obra se configura como uma tese em forma de oficina, direcionada a leitores e amantes da poesia, oferecendo um convite para desvendar os segredos da criação poética. Cada soneto é uma lição, uma pista deixada pelo autor para que o leitor adentre nesse universo mágico, onde as palavras se entrelaçam como fios de uma tapeçaria emocional. Evan do Carmo propõe que o fazer poema seja encarado como um chef fazendo delícias na cozinha, onde cada ingrediente é selecionado com precisão e cada preparo exige técnica e paixão. Ele nos guia por essa oficina, revelando os segredos de como despertar a poesia que jaz adormecida em nossas almas, mostrando que a arte da escrita não é mera inspiração, mas um constante aprimoramento, um exercício diário. Ao mergulhar nas páginas de Oficina de Poeta , somos convidados a resgatar a beleza das palavras, a valorizar a poesia em meio ao caos e a resgatar a conexão perdida com o sublime. É uma obra que nos desafia a questionar nossa relação com o mundo contemporâneo, a despertar a sensibilidade adormecida e a resgatar a importância da poesia como uma voz crítica e transformadora. Que esse livro seja um farol para aqueles que desejam navegar pelos mares da poesia, um mapa que nos conduza ao encontro do belo e do profundo. Que a leitura desses cem sonetos seja um convite à reflexão, um chamado para resgatarmos a essência da poesia em nossas vidas e, assim, moldarmos um mundo mais sensível e humano. Emil de Castro