ODE AO AMOR Queria não ter lido nem estudado Vinicius de Moraes para escrever algo original sobre o amor e a falta dele. Mas algo assim só seria possível se Vinicius não tivesse lido Neruda com tanto espanto e reverência ou se Neruda não tivesse lido Rimbaud. Queria cantar o amor em sua primorosa essência como Ricardo Reis à Lídia como Dante à Beatriz. Inexoravelmente nasci atrasado atrás de todos estes mas o amor ainda me inspira loucura e lucidez para compor poemas tão simples como este. É o amor que sempre nos guia ao fundo do copo e ao cerne da vida ao topo do mundo e ao fim da tragédia, é o amor que nos conduz ao abismo da perda e ao encanto da luz da conquista mesmo que não seja original é o amor que dá alma ao artista. SOBRE O AMOR Dizem do amor, que é sutil, singelo e gentil outros que é força descontrolada raio-x da alma, marcador perfeito de tempo e espaço. Digo do amor, do pobre e do rico que ele não se mede nem se compra e que não há maneira mais extrema de ser miserável para aquele que não amou, nem foi de alguma forma amado. O AMOR É UM GUIA PERFEITO Nascemos num mar bravio jogados no mundo seguimos sem rota segura, como cegos sem guia, vivemos à procura de um lugar de paz , o caminho é escuro, de angústias e ais. Até que na penumbra da dúvida alguém nos estende a mão nos oferece um ombro amigo e de mãos dadas seguimos juntos desviando dos abismos imprevistos nos apoiando um no outro vamos vencendo a distância que nos separa do porto seguro . De olhos ainda fechados não entendemos que sorte de milagre nos foi concedido pois a paz e o abrigo agora são reais . Quando a confiança se firma e o afetos são recíprocos abrimos os olhos e compreendemos tudo, como um encanto sublime percebemos, enfim, que não éramos dois e que só chegamos em segurança ao nosso destino porque havia outro entre nós. Paramos e fazemos uma prece a gradecemos a Deus, por nos ter dado um guia perfeito entendemos o milagre. Durante toda caminhada fomos guiados pelo amor