No Oceano, mergulha-se a dois.
Aqui, mergulhamos com Edival Perrini, que nos leva a águas lúdicas, ora lúcidas, outras lunáticas, profundas, azuis e claras, escuras e densas, repletas de seres do oceano – da dimensão poética, dos seres humanos. Molhadas por aquele brilho intenso e fugaz que o sol as vezes faz sobre a superfície do mar. Aqui, não se apresse. Ele, ali se demora... vira céu, nuvem, areia, pássaro e volta a ser oceano - o Edival.
Não sei se escreve ou pinta palavras nas telas que encontra, no ar, no papel, na mente. No escafandro do sonhar, ele nos leva lá - já disse o homem ou foi o poeta? Foram juntos, o poeta salvou o homem: deu-lhe o assombro, a chuva, a ressaca, o dilúvio. O corpo, a noite, o desejo - o refúgio. A alga, o menino – e o avô, salvou-o do afogamento. Havia um pedaço de mar, e Edival inventou as ondas. Aqui ele está, à beira-mar de seu oceano. Almar.
Cláudia Antonelli
Psicanalista e escritora (No calor das coisas, Blucher, 2023).