Alguns amores salvam. Outros devoram. Ela aprendeu cedo a engolir o choro e a sorrir enquanto tudo dentro dela implodia. Passou a vida cuidando dos outros, silenciando traumas, fingindo controle… enquanto o mundo exigia força e docilidade na mesma medida. Ele nasceu do caos. Moldado por culpas, silêncio e sangue. Não buscava redenção, apenas controle. E quando cruzou o caminho dela, não procurava amor. Queria apenas protegê-la. Mesmo que ela nunca soubesse. Mesmo que para isso precisasse ultrapassar todos os limites entre o certo e o aceitável. O que há entre os dois não é romance. É tensão. É desejo que machuca, presença que fere, passado que arde. É o tipo de conexão que não se explica, apenas se sente. Na pele. No corpo. Na alma inteira. E quando a verdade emerge por entre as rachaduras, só uma coisa é certa: certos vínculos não se desfazem. Eles se alimentam do medo, do toque, do que nunca foi dito… e daquilo que, mesmo destruindo os dois, jamais será esquecido.