A necessidade que se tem pela arte é gritante.
A voz da poesia, ainda que rouca, nunca se cala: ela torna-se essencial não só para a formação crítico-reflexiva de quem lê, mas também um deleite para a alma.
Transitando por várias estéticas literárias, Paulo Avila nos traz nesta antologia todos esses elementos, tecendo, assim, uma literatura humanizadora. A cada poema lido, o leitor transporta-se para um mundo repleto de polifonias, simbologias, reflexões. A poesia surge como um grito. O eu lírico despedaça-se, divide-se em vários eus sem perder a sua essência.
Em seus versos é possível encontrar-se com questões contemporâneas, com a metalinguagem e com o fazer poético revelando-se em cada página. Assim, a alma do poeta e a do leitor fundem-se em uma só.
A poesia vem como um remédio, um oásis para a alma sequiosa, sendo, por sua vez, uma voz que clama no deserto e que também navega em meio às ilusões, já que a esperança é fugaz e a única certeza é a dor. Essa é a sua matéria-prima, pois o homem moderno é composto justamente por ela e pela solidão.
Vive-se um momento em que a poesia se torna vital e acalentadora. Por isso, o verso de Paulo Avila personifica-se, dialoga, satisfaz. A poesia ganha voz, renasce, encontra o pôr do sol, mostra a sua importância e a necessidade que temos dela.
Obra poética é um convite ao mergulho nas palavras, uma leitura que se torna essencial e necessária na contemporaneidade.
Paula Macri
Professora formada em Letras com especialização em Literatura contemporânea