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O Velho Maluco

O Velho Maluco

Sinopse

SINÓPSE O destino traiçoeiro marcou presença no dia 29 de dezembro de 2009. Na manhã do mesmo dia, minha mãe, foi submetida à uma cirurgia para desentupir artérias do coração, devido ao alto consumo de fumo durante quase toda a sua existência. Às dez horas da matina, recebi uma ligação de Maceió, sendo avisado que ela já havia feito a cirurgia e que passava bem. Puseram ela para falar diretamente comigo e as suas palavras até me confortaram. Ela disse: Saí da cirurgia agora. Vão me levar para a uti, por questão de observação; mas estou me sentindo bem. Vou esperar o médico para ele me liberar . Foi a última vez que ouvi a sua voz. No começo da tarde, antes mesmo do médico chegar para dar alta, a matriarca passou muito mal e voltou às pressas para cirurgia e foi o seu último adeus aqui neste plano. O seu sepultamento aconteceu no dia 30 de dezembro. O cheiro do seu perfume na saída para o hospital, ainda permanecia intensamente no quarto; meu pai, relutou em sair da casa e foi dormir sozinho naquele cantinho que outrora fora de pleno amor. Eu não consigo imaginar a dor que ele sentiu naquela primeira noite sem o aconchego de sua amada. Presumo ter sido a noite mais longa de sua vida. Dormir sem o amor que perdurou por tantos anos; uma construção de uma base solidificada em chuva e sol, tijolo por tijolo. Uma boa semente lançada em solo fértil, germinando frutos tão adocicados e perfeitos. Aconteceu com esse velho escritor que é meu pai, que se intitulou de Velho Maluco. Apesar da pouca bagagem gramatical, o aconselhei a enveredar pelo lado da escrita na intensão de amenizar a dor que só o tempo iria esvair. Fiz com que ele tomasse gosto pelas letras, consegui fazer o seu cadastro no Recanto das letras, onde arrebanhou uma imenso acervo de textos centenas de seguidores. Descobri essas pastas guardadas à sete chaves da última vez que estive em Maceió. Me senti na obrigação de fazer uma homenagem póstuma, deixando registrado em livro seus escritos, para que ficassem eternizados para sempre. Era um sonho dele. As perguntas e respostas da vida, que servem para o crescimento da nossa alma. Almas gêmeas que encontramos no decorrer da nossa existência carnal e foge da nossa concepção o motivo da separação brusca. A morte do corpo físico é uma propriedade natural e inaceitável para os que continuam na missão da carne. O que resta de agora por diante, é uma saudade sem fim e a certeza de uma missão cumprida, de um acervo de ouro e permanecendo viva na memória do VELHO MALUCO, como ele mesmo se intitulava. É uma sensação de missão cumprida. Flávio Cavalcante (Seu Filho).