Arcanjo do Vale sempre foi uma cidade pequena, pacata — e profundamente marcada pelo desaparecimento de duas crianças, Matheus e Bruno, levadas pela represa anos atrás. O caso nunca teve resposta. A cidade preferiu esquecer.Mas algumas coisas não aceitam ser esquecidas. Clara, Lucas e Samuel cresceram tentando conviver com aquele vazio que ninguém explicava. Até que, numa noite silenciosa demais, algo volta a chamar por eles — uma voz molhada, insistente, que se arrasta pelos cantos da casa, pelas paredes, pelos sonhos. Uma voz que conhece seus nomes. Uma voz que lembra o que eles juraram apagar. Quando Samuel começa a falar com idiomas que não existem, quando a velha do parquinho surge onde não deveria estar, e quando manchas de água passam a escorrer de lugares secos, os três percebem que a represa não é apenas um acidente do passado. Ela é viva. Ela tem fome. E ela quer que eles voltem ao fundo onde tudo começou. Entre memórias enterradas, visões impossíveis e aparições que imitam os rostos perdidos, Clara, Lucas e Samuel são arrastados para um confronto que a cidade inteira se recusa a enxergar. A verdade é simples — e horrível: o que levou Matheus e Bruno nunca foi embora.Só estava dormindo.E agora acordou. No clímax que destrói fronteiras entre realidade e assombração, os três retornam à represa para encarar o que a água guardou por tanto tempo — e descobrem que alguns monstros não querem matar. Uma obra digna um best seller do terror.