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O Trem Da Meia-noite

O Trem Da Meia-noite

Sinopse

Brigitte, não havia qualquer duvida; bem razão da genética e dos traços naturais de família, era uma mocinha exótica na aparência, dois olhos na cor azul circundados por aureolas da cor azul mais escuro, entretanto, muito afável, carinhosa e meiga. Não era uma mocinha de nacionalidade brasileira, pois, a bem da verdade, nascera em um país do continente africano – mantinha em seu corpo o perfume das flores de Angola – no limiar de um dos janeiros do século vinte –; mil novecentos e um a dois mil. Pelo fora isto o que se soubera algum tempo mais tarde e depois de conviver com a mocinha exótica, que não havia, ainda, passado pela primeira infância, quando, ao atingir a idade dos cinco anos, atravessara o Oceano Atlântico e deixara a África. Yoseph Yomshyshy O trem da meia noite. Brigitte, que nada sabia da vida efêmera, insólita e transitória, na tenra idade, viera, com os pais, para um dos países latinos americanos. Qual deles? Ora! O Brasil. Ao se decidir pela vinda e optar pelo Brasil, a família escolhera o comentado e tão badalado estado do Rio de Janeiro para se instalar distante da pátria de origem. Escolhido o estado, radicaram-se na cidade de São Sebastiao do Rio de Janeiro, a capital, e, ali, trabalharam, compraram um terreno e se mudaram para Austin, na chamada Baixa Fluminense. Naquela localidade, Austin, distante um pouco mais dos cem quilômetros lineares do grande centro urbano da capital do estado, a família iniciara a vida. Yoseph Yomshyshy O trem da meia-noite Naquela localidade, Brigitte, como qualquer discente de sua época, estudara o curso primário , depois o ginasial , crescera e ficara órfã de pai no limiar da adolescência. No decurso da pré-adolescência, vira a mãe casar-se em segundas núpcias, com um paraguaio chamado Joshua. Joshua era um paraguaio natural da cidade de Pedro Juan Caballero, uma cidadezinha na fronteira de seu país de origem com o Brasil. Nessas condições, ganhara uma irmãzinha. No entanto, a vida lhe haveria de ser ingrata e lhe pregar uma de suas peças... Qual? Isto é o que se verá... Brigitte, como diversas mocinhas e mulheres, sofrera por algum tempo, calada, o assedio do padrasto já que desde os doze anos de idade, sem usar o verbo; aguentara as estranhas investidas, mas fora adiante, e resistindo, nada contava à Yolanda. Yoseph Yomshyshy O trem da meia-noite Por quê? No fundo, em seu espirito equitativo e eivo da imparcialidade, não desejava que a mãe se separasse por sua causa. Dócil e submissa, Brigitte era, acima de tudo, uma mocinha ajuizada. No entanto, ao alcançar à maioridade, como se diz ao se referenciar à cátedra do direito, atingindo a juris personalis plena, o assédio do padrasto e a refuta da mocinha se transformara em verdadeiro ódio por parte dele. Um ódio gratuito. Por quê? O que se sabe é que, aos vinte e três anos, a revelia de Yolanda, o padrasto devasso, simulacro de um crápula; fizera-lhe sofrer com a expulsão de casa. Yolanda, que no momento da esdruxula decisão, não se encontrava em casa, tampouco entendera. Perguntara a razão daquilo ao marido, mas ele permanecera taciturno em um silencio sepulcral. Yoseph Yomshyshy O trem da meia-noite Na primeira das noites fora do convívio com a família, Brigitte fora amparada por uma bondosa freira que, para não abandona-la ao relento, lhe cedera um espaço no alojamento pastoral para que dormisse, confortavelmente, entre as outras noviças. No dia seguinte a expulsão, injustificável por sinal, de casa, a mocinha, não querendo ocupar a sua protetora da noite anterior, sem destino, perambulara pelas ruas desertas, pelo menos perante os seus olhos perdidos. Em sua desventura, no centro do seu destino incerto, mas patente, Brigitte perdera a virgindade.