A questão da atividade profética cristã no livro do Apocalipse, com a finalidade de propor, através da análise literária de Apoc. 10,1-11, uma possível descrição do "profeta cristão" e das características do seu lugar socioeclesial. Parece existir, até certo momento histórico, no interior da eclesialidade cristã primitiva uma figura individual ou grupal, denominada prophetês, com sua silhueta, função e autoridade próprias, diversas do profeta clássico veterotestamentário, conhecido inclusive no NT, através da figura de João Batista. Duas premissas estão inter-relacionadas: a hipótese de uma adequada "abordagem" socioliterária, sem que isso signifique o mero uso dos resultados empíricos da sociologia da religião aplicados a textos bíblicos neotestamentários; e, ao mesmo tempo, a hipótese plausível do acesso à "realidade" contextual desses membros da comunidade denominados nos textos do Apocalipse como profetas.