"O Sol Nasce Para Todos" é uma obra transcrita de uma série de sonhos narrados pela autora à sua filha, mal acabava de acordar, ainda ao sopor entre o sono e a vigília quando detalhes sequenciais importantes tendem a desaparecer irremediavelmente. Transcrita de narrativas à viva voz pelas manhãs dos últimos quatro anos, apresenta expressões regionais e nomes próprios personificados da cultura vigente nas primeiras décadas do Século XX no Brasil; a Lei Áurea ainda enfrentaria o inconformismo escravagista arraigado nas cidades e povoações interioranas mais afastadas da Capital da Republica por tempo imprevisível. Nas lonjuras isoladas dos sertões, essa índole carrancista do coronelismo ainda sobrevive em redutos imunes à Lei vigente. "O Sol Nasce Para Todos", por mais irônico que soe seu título, é uma obra de ficção sem nenhuma intenção outra, além de publicar uma série de sonhos da autora, ou seja, "do conjunto de imagens e pensamentos que se lhe apresentaram à mente durante o sono"; como reportam sentimentos e normas de conduta da época referenciada, avisamos como é de praxe, que "qualquer semelhança com nomes e fatos de quaisquer épocas será por mera coincidência"; esperamos assim, evitar especulações constrangedoras envolvendo antigos etnicismos de ordem religiosa ou cultural, mesmo que a maioria deles continue numa mistura sincretista até hoje.