Imagine que você e sua esposa, todo ano, por serem médicos, passassem a doar suas férias e fossem levar saúde aos povos mais longínquos e desprovidos da selva amazônica, os ribeirinhos e as tribos indígenas, onde o poder público nunca se fez presente. Em um lugar onde a paz era constante, e, quando menos se imaginava, a calmaria foi rompida por um barulho de motosserra acompanhado de muita fumaça levada pelo vento. De repente, vocês se veem em uma floresta em chamas, um lugar tão distante da civilização, longe das autoridades e de qualquer meio de socorro para apagar o incêndio. O que você e sua esposa fariam? Haveria tempo para procurarem essa resposta?
Vocês, assim que se dessem por si, já estariam em uma luta corporal e perigosa com os meliantes para salvar a floresta. Um conflito no qual os intrusos fugiram, mas você e o chefe desse grupo foram feridos por tiros e flechas, observados por sua esposa, perplexa e quase em choque por presenciar toda a cena de terror!
Acontece que pesar de ver o marido ferido e seu agressor agonizando, a sua esposa, médica, tratou de socorrer você e seu algoz e os cuidou até ambos ficarem curados. Acontece que ambos se feriram mutuamente e, por pouco, não perderam suas vidas. Mas agora estavam ali, na mesma aldeia indígena, na mesma oca, se recuperando e sendo tratados pela mesma médica. No entanto, havia um problema: ambos estavam inconscientes. Imagine se seu algoz acordasse da anestesia antes de você e o visse na maca ao lado totalmente inconsciente e indefeso?
Diante desta situação, qual seria sua atitude? Teria coragem de enfrentar as chamas de um grande incêndio, cujo fogo era cada vez mais feroz? Lutaria, mesmo desarmado, com um grupo armado para salvar a natureza? Consentiria em salvar seu inimigo? Enfrentaria todo o sistema, com riscos de morte, pelo bem da humanidade? Após descobrir que o sistema ardia intensamente, até onde você iria? Teria coragem de continuar querendo apagar as chamas desse enorme incêndio?