Terminado o liceu, eu Nina, recordo-me que continuei o hábito decorar alguns poemas por conta própria. Fui morar na casa de minha irmã, enquanto, todos na casa dormiam, eu tinha como companhia as aves noturnas e seus cantares melancólicos. Em minha família somos quatro mulheres das quais eu sou a mais nova, todas tem olhos e cabelos claros como de mamãe. Luciene é uma exceção, tem cabelos castanhos e olhos esverdeados. Lembro-me daquela manhã de inverno 1951, na qual o taxi azul marinho modelo Mercury, surgiu à clareira, depois de atravessar a curta estrada em meio as matas. Resolvi naquele momento, quebrar o silêncio, anunciando ao casal que, aquela mulher, era minha irmã e a senhora da casa. Luciene pediu a eles que ficassem à vontade, disposta no que poderia ajudá-los. De volta a casa deparei com as crianças e ao encarar aqueles olhares puros então, não tive mais dúvidas, naquele momento, eu tomei a decisão certa, de continuar em silêncio.