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O sertão como dado, São Saruê como aspiração

O sertão como dado, São Saruê como aspiração

Sinopse

Um silêncio forçado. Sete anos de interdição (1971-1978) pelo Serviço de Censura e Diversões Públicas do regime militar implantado em 1964. Vinte e cinco anos para finalmente ser acessível ao público (1979-2004). Eis a trajetória do documentário O País de São Saruê, de Vladimir Carvalho, lançado em 1971, cujo argumento é marcado pelo olhar sobre o sertão nordestino como uma região subdesenvolvida do país. Em 2021 esse filme completa cinquenta anos, apesar de todos os percalços. Este livro é fruto da pesquisa de mestrado, realizada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas, em 2010. Buscamos compreender essa trajetória à luz da memória e do esquecimento, ou seja, qual a imagem de Brasil que o diretor quis registrar e os censores quiseram ocultar para as gerações futuras. Para tanto, abordamos a construção do tema do subdesenvolvimento na narrativa fílmica e em que medida esta revela o engajamento político do diretor; quais as justificativas dos censores para interditar o filme; a repercussão dessa ação censória na imprensa da época; como o filme se apropriou da cultura sertaneja para construir uma narrativa política e ao mesmo tempo lírica e utópica, singular no campo do documentário brasileiro.