No final do século XVIII, a vida de três jovens aristocratas cubanos sofre uma reviravolta com a chegada de um misterioso personagem que tenta disseminar as ideias da Revolução Francesa em todo o Caribe. Neste romance que é sua obra-prima, Alejo Carpentier recria toda uma época com minúcia arqueológica e reflete sobre os dilemas políticos da América Latina.
Na Havana barroca e tórrida do final do século XVIII, os irmãos Carlos e Sofia vivem a seu bel-prazer no palacete que herdaram com a morte do pai. Livres de obrigações familiares, partilham com o primo Esteban uma sensibilidade vagamente libertária, que não os levaria muito longe não fosse a chegada inesperada de uma figura misteriosa: Victor Hugues, entusiasta de Robespierre e emissário da Revolução Francesa para todo o Caribe.
Personagem real, Hugues leva a revolta a todas as ilhas e mesmo à terra firme, não hesitando sequer em mover guerra à jovem república norte-americana, que vê com desconfiança profética. Cada vez mais radical e mais solitário, Hugues recorre à guilhotina para manter o poder e levar a cabo a missão que julga suprema.
Com a chegada do comerciante francês, os três jovens heróis terão que pôr à prova seus ideais e seu caráter, num rito de passagem em que se entrelaçam a biografia de cada um e os rumos da história mundial.
O século das luzes é uma das mais profundas indagações literárias sobre os destinos do continente. O escritor cubano Alejo Carpentier começou a escrever o romance em 1956, na Venezuela, e o publicou em 1962, já de volta à Cuba de Fidel Castro e Che Guevara. Com esse livro, que chamava de "sinfonia caribenha", o autor levou ao virtuosismo as suas ideias sobre o "real maravilhoso" latino-americano e lançou as bases para o boom de autores como Vargas Llosa e García Márquez.
"Não existe outro romance hispano-americano mais admirado." —Otto Maria Carpeaux