Como expressivo exemplo de intelectualidade orgânica, Rose é Mestra em Educação pela UNEB, graduada em Letras, tem especialização em História Social e Cultura Afro-brasileira, Psicopedagogia e Gestão Escolar. Sambista desde os 17 anos, professora, pesquisadora e ativista sociocultural, responsável pelo Espaço Cultural Descida do Kilombo e pelo Samba do Kilombo, no bairro de Cajazeiras, em Salvador-BA. Rose Belo é também idealizadora e integrante do Coletivo Cultural Kilombo, uma rede de mulheres negras que tem como objetivo fomentar e desenvolver ações socioculturais que ampliem a representatividade das mulheres no Samba. O interesse deste livro foi olhar para as rodas de samba enquanto movimentos sociais de resistência, capazes de promover solidariedade e educação, tal como os quilombos. Analisa como estes movimentos constroem sua mobilização popular, como se apropriam do espaço urbano e como participam da sociedade, a partir de suas contribuições sociais, culturais e políticas. Para tanto, toma como perspectiva empírica a análise de quatro grupos que promovem rodas de samba na cidade de Salvador. Tais rodas de samba são caracterizadas pela heterogeneidade social, múltiplas identidades, que convivem e se sobrepõem, a narrativa gira em torno de identificar e compreender, a partir de algumas ações de solidariedade desenvolvidas por estes grupos, processos educativos que acontecem nestes encontros, a participação em rodas de samba produz uma cidadania coletiva através desse modelo específico de solidariedade permeada pelo samba e por ações em prol de comunidades e instituições. O livro faz um registro destes movimentos buscando demonstrar que para além da música, da ludicidade e da festa, há saberes que se organizam e são construídos. As descrições e análises são elaboradas a partir das ações realizadas, passando pela perspectiva das instituições e pessoas das comunidades às quais se destinam tais ações, alicerçadas na trajetória particular da sambista e também autora do livro.