"A pacata cidade de Cupido, conhecida por seus monumentos ao amor, ainda dorme. Sem grande relevância, no entanto, uns poucos homens e mulheres, envolvidos em sua rotina, entre conflitos e interesses, caminham em múltiplas direções. É possível, assim, em meio ao silêncio, ouvir o barulho estridente de alguns motoristas estressados com a lentidão de carros quase que parados. O som, quase que uníssono, retrata a impaciência de um mundo confuso e caótico. Entre os transeuntes, também, brotam ambulantes aos gritos, na tentativa de vender os seus produtos. Então, próximo a uma rotatória, ao lado do Shopping Principal, um antigo galpão parece acordar…" Ao mesclar passado com presente, O Roçado traz à tona as lembranças e traumas de um dos moradores mais antigos de Trancoso. A memória de James, que tenta enxergar as coisas por um prisma positivo, ainda guarda, apesar do tempo, algumas recordações que o deixa bastante perturbado. Assim, O Roçado, mais do que um lugar para ser lembrado, convida o leitor para uma reflexão sobre a vida e seus pormenores. Sob recorte nostálgico, Marcos Barreto descortina um mundo de possibilidades, à medida que as lembranças dO Roçado submergem. Sendo assim, recordar é muito mais do que voltar ao passado. É, sumariamente, necessário reviver, de forma positiva, cada momento que ficou nO Roçado, ainda que isso ofereça algum desconforto. Será mesmo que vale a pena?