Desde o século XX, é crescente o número de artistas praticantes do circo que não pertencem, necessariamente, a uma família tradicional circense. Esse fator se deve à criação das escolas de circo, que surgem como uma nova forma de se ensinar e difundir a arte circense. Tais instituições passam, assim, a coexistir com distintas maneiras de saberes circenses. O objetivo deste livro busca compreender como o dito circo tradicional – primeiro modelo estruturado desta prática – vem dividindo espaços com outras possibilidades do fazer circense da modernidade à nossa contemporaneidade, identificando possíveis elementos concernentes a esses movimentos históricos. Partindo da pergunta "O que (não) é circo?", a investigação se trata de um entre-lugar passível de inúmeras transformações, as quais se relacionam com o trânsito do circo por diversos contextos e pelas diversas formações na cultura, como pude constatar no vasto aporte teórico pesquisado. Concluo, desta forma, que o circo é um importante campo de conhecimento das artes da cena, podendo ser um espaço múltiplo de aprendizagens mútuas e democráticas que colabora para o desenvolvimento de habilidades psicofísicas, afetivas e lúdicas dos praticantes.