A partir da década de 1980, os mercados expandiram globalmente e se fragmentaram em cadeias globais de produção. Nas últimas décadas, vem apresentando um grau de concentração sem precedentes, sobretudo no mercado agro-bioquímico-alimentar, que hoje é controlado por três gigantes empresas globais. Nesse contexto, são visíveis os abusos aos direitos humanos pelas empresas desse mercado, no caso, o direito à alimentação adequada, à saúde e à sustentabilidade ambiental, muito por conta da desregulamentação, em âmbito global, e pela fraca ou inexistente regulação nacional em países do sul global, como o Brasil. Esta obra busca compreender o que está por trás do que comemos, conhecendo as práticas e as dinâmicas dos atores nesse mercado que levaram à combinação perniciosa entre sementes e tecnologias bioquímicas, assim como outros fatores de risco para os direitos humanos, como a organização desse mercado em cadeias globais de produção e a altíssima concentração, que implica baixa de competitividade e de investimentos em pesquisas de tecnologias agrícolas realmente inovadoras em termos de direitos humanos.