"O livro é tão bom que você vai duvidar."
Aderbal Freire-Filho, diretor de O púcaro búlgaro em adaptação para o teatro.
No verão de 1958, durante uma visita ao Museu Histórico de Filadélfia, Hilário, narrador-personagem de nossa história, tem sua vida impactada por um púcaro búlgaro.
"Quase a contragosto e com o espírito sempre o mais elevado", ele decide embarcar em uma expedição que pretende comprovar a existência ou não da Bulgária, já que da existência dos púcaros ele não duvida. É acompanhado por Pernacchio, Radamés, Expedito e Ivo Que Viu a Uva, tripulantes angariados em um anúncio de jornal.
"Do que se passou e sobretudo do que não se passou nessa expedição já famosa é o relato que se vai ler […] o mais pormenorizado e o mais honesto possível, embora tenha sido reduzido ao mínimo para que pudesse caber num só volume e mesmo num só século – o que afinal se conseguiu."
Comparado a Henry Miller e outros autores consagrados, Campos de Carvalho é importante destaque em nossa literatura. O púcaro búlgaro, último romance escrito pelo autor, em 1964, atesta sua força e explosão de criatividade, de crítica ferina ao status quo. Sua obra é uma celebração ao caos que constitui a própria existência: não busca construir simulacros críveis da realidade, mas explorar seus absurdos, seus furos e suas inconsistências, sempre questionando, com humor incomparável, nosso cotidiano.