Ah, o primeiro amor! Essa loucura interminável que destrói e reconstrói o peito do homem mais miserável em instantes, em frases. O que nos faz, nalgum momento da existência, nos sentir plenos, realizados, perfeitamente enfeitiçados por uma outra alma. Afonso é um belo exemplo dessa doidice. Seu sentimento é do tipo insuperável, que torna as palavras, o tempo, Deus, o universo e a estranha e absurda existência um átomo que se podia pegar com a pinça e destruir num sopro. E o seu sentir ainda, além de secar ele mesmo, ia sugando os poemas, os romances, as músicas, a própria concepção e definição de sentimento. Mas, para Isabela, ele não era um homem ainda, porque não havia sido rejeitado. E todo mundo só amadurece, após um coração partido. Por que ninguém fica com o seu primeiro amor?