Se você quiser saber o que é o tempo, abra este livro e verá como, segundo Santo Agostinho, proponho uma escrita lógica que une suas três instâncias: o presente do passado, o presente do futuro e o presente do presente. No centro desse nó borromeano, coloco aquele presente do presente que representa, para todos nós, o tempo como um objeto que ordena a palavra, que permite a narrativa, que usamos para enunciar nossas expectativas, mas que permanece verdadeiramente inatingível.
Esse objeto que escapa à teia da palavra pode ser relacionado ao tempo que a física quântica relativiza e ao tempo subjetivo que a filosofia se esforça para definir. Daí a ideia de considerar o tempo como um objeto que caracteriza cada um em sua maneira de ser, em sua maneira de se alienar ou de se separar do tempo do outro, um objeto que o encoraja em sua pressa de agir e ao qual o sujeito se iguala quando está no tempo do seu desejo.