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O Prelúdio

O Prelúdio

Sinopse

naquela tarde, as árvores e as relvas que dividiam as trilhas do caminho esperavam a presença delicada dos passos firmes e da voz suave de Rosa, que cantava a vida como um pássaro livre. O rio, com suas águas cristalinas, se banhava nos últimos raios de sol do final do dia; as águas do rio pareciam esperar pela vinda de Rosa. Ao chegar à margem, ela apanha água com as mãos e molha sua face, contemplando a essência da vida que acaricia a natureza regando a existência. Rosa, sem resistir ao convite silencioso daquele rio, adentra águas mais profundas. Tira o vestido e deixa-o nas pedras. Com seu corpo despido e livre, ela se banha. Numa harmonia perfeita, seus movimentos pareciam um balé da vida. Perto daquele cenário, em uma trilha que trazia ao mesmo destino, cansado e ofegante, segurando dois cães pelas correntes, retornava seu padrasto de uma caçada, que trazia suas presas abatidas, sem vida, para o sustento de sua família. Aproxima-se do rio com passos agressivos, levado pela sede. Ao chegar do outro lado da margem, abaixa-se de forma súbita, bebe das águas saciando sua sede, e logo em seguida levanta a face e se choca com a imagem que lhe toma o fôlego. Ele não acreditava no que via. O desejo conspirou para aquele momento: a beleza e as cores da tarde, em um crepúsculo que dourava todo o corpo de Rosa, em brilho e sensualidade.