O texto que o autor aqui apresenta-nos leva a uma jornada para o interior de nós mesmos. Como um arquiteto, ele projeta uma serie de ideias e pensamentos e as aglutina de maneira a formar um todo significativo. Por meio dos personagens que travam diálogos de cunho filosófico o texto permite que visitemos a nossa alma, o nosso ser. Merleau Ponty em "O olho e o Espírito" diz que: "o vidente não se apropria do que vê; apenas se aproxima dele pelo olhar, se abre ao mundo. E esse mundo do qual ele faz parte, não é, por seu lado, em si ou matéria." Gravuni Antonio Vilmar elabora um processo de se perceber por dentro. O leitor se torna vidente de si mesmo por meio da leitura e é possível perceber o espírito indagador, questionador, inquieto do autor, inserido em um dos personagens. O olho surge como uma percepção sutil, que bem desenvolvida, desponta no Mestre a indicar o caminho a seus colegas, seguidores e discípulos. Existem três personagens principais que são o Mestre, Argenis, que narra na primeira pessoa, e Ângela. Cada um deles possui um papel especial dentro desta trama que se desenvolve em vinte e um capítulos. Além deles há personagens coadjuvantes que tornam o texto dinâmico. Em várias ocasiões o autor cita passagens de filósofos e mestres como Platão, Sêneca, Sartre, Nietzsche, Jesus, Fernando Pessoa, entre outros. O Portal da Evolução é um convite a se questionar, lembrar conceitos adormecidos e rever princípios. Há confrontos de ideias em que surge o bem e o mal, o poder e a simplicidade, a maldade e a bondade, a humildade e a perseverança. Quem somos, para onde vamos? Como agir em certas situações? Os amigos existem? O que nos interessa em nossas próprias análises sobre a vida e sobre tudo que nos cerca? Amigos, parentes, maridos, esposas, filhos, filhas, netos. Existem modos ou variantes no pensar e agir que dependem de nossa maturidade como pessoas definidos pela experiência que cada um carrega em sua bagagem mais leve ou pesada na sua passagem por esta vida.