O livro é um permanente diálogo com a obra de Pierre Bourdieu. Maria Andréa Loyola realizou interessante entrevista com o sociólogo, questionando sobre sua passagem da filosofia para a sociologia, cuja resposta de Bourdieu foi de que tal não ocorreu de forma abrupta, mas pouco a pouco, e que a fala da sociologia tem a capacidade de "quebrar a censura do que é oficial, ou melhor, a aparência de unanimidade que favorece os discursos oficiais em situações oficiais". Esse é um pouco o tom da presente obra. A primeira parte do estudo direcionou-se para mergulhar na relação entre Direito Administrativo e o tempo. No intuito de desenvolver tal perspectiva, nada melhor do que debater sobre os espaços de historicidade e as ilusões historiográficas construídas. As alusões de Bourdieu sobre a relevância de romper com o senso comum são, por diversas vezes, aqui mencionadas, abrindo espaço para referir, na segunda parte do livro, uma das formas de pensamento mais utilizada para construir o Campo Científico do Direito Administrativo: o estatuto dogmático. Há um capítulo central, o terceiro, sobre o poder simbólico do Direito Administrativo. O Direito Administrativo também se constitui como sistema simbólico estruturante e estruturado. A última parte da obra direcionou-se para descortinar as dimensões sociojurídicas de algumas práticas, temas tradicionalmente tratados e que aqui receberam novas possibilidades!