Bolotas, que máximo! Quem diria que eu, um mero pinheiro como qualquer outro, chegaria a ranhurar a minha própria história? Abram alas que o vegetal-autor quer madurar! Segura essa pinha, suas ervas daninhas! Ah, que legal... Se dependesse de mim, essa admirável façanha seria infalível para impressionar a exuberante Primavera por muitos alvoreceres mais. Só que na prática o assunto é bem sério: essas ranhuras só existem porque a Floresta Caduca perdeu a sanidade de vez! Os animais vivem sem rumo, as plantas estão ainda mais apáticas que de costume. Até eu quase caí nesse marasmo. E foi esse cenário de indiferença que propiciou o surgimento de duas forças sôfregas por tirar proveito da nossa passividade. De um lado estão os cabeçudos. Pois é, eles estão de volta para a minha agonia! E também com muito mais poder de fogo: além das mágicas armas que atingem mortalmente alvos à distância, os danados construíram muros que os ocultam em um verdadeiro mundo paralelo dentro da nossa mata. É a chamada Fábrica Branca. E é melhor nem perguntar porque ela ganhou esse nome... Uhhh... Do outro lado, enfim, estão os dentuços. Uma espécie terrível. A crueldade em animal. Tão maligna quanto só uma árvore pode entender. E que não gostou nada de ver como os cabeçudos aparecem do nada para acabar com sua hegemonia como os bichos mais inteligentes daquelas bandas. Por mais que o Pica-pau Persistente insista e o Esquilo Peralta apronte, agora a guerra já está declarada: os dentuços e seus animais aliados estão prontos para o ataque surpresa. Porém, os cabeçudos ainda possuem muito mais recursos na disputa. Quem irá sobreviver à grande batalha? E mais importante: o que irá restar da nossa amada Floresta Caduca depois disso?