A vida passa e, no seu ir, não sabemos para onde ela vai. No andar, mata a esperança. Irritam suas pegadas necrófagas ao lembrar da Ucrânia, de Gaza... Revolta-nos o despossuído — recolhendo lixo na lixeira —, os migrantes— morrendo no Mediterrâneo, na fronteira entre o México e os Estados Unidos... Queremos cultivar uma educação que abra nossa consciência para um mundo que não provoque vômito com seu cheiro de sangue. Comovidos por uma cultura que nos empurra como zumbis para uma estrada que não é nossa, buscamos o lado da cultura que nos diga, com um olhar abraâmico, que esta terra é de todos. Desejamos passar da caverna da materialidade à consciência do suprassensível. Queremos dizer à vida que não passe, ou que, ao passar, deixe entre nós o perfume da alegria, e que nos presenteiecom olhos de coruja para contemplar a beleza de cada ser, a surpresa do mar da irmandade, e que descubra a energia e a informação para encontrar o sentido do que, apesar de ir, permanece sempre.