Diferentemente do que normalmente ocorre ao nascer com a quase totalidade dos bebês, Ariela não chorou, e quando pela primeira vez respirou o ar da vida até pareceu que tinha chegado sorrindo. Um sorriso neonatal, espontâneo, reflexo. Quem sabe sorrindo aos anjos pelo simples fato de ter saído da barriga da mãe e passado a ter o mundo inteiro à sua volta. Desde seus primeiros minutos de vida era como se alguma coisa dissesse que Ariela chegava detendo um poder maior do que o de todos que a recebiam. A concentração dos olhares sobre aquele corpinho despido e acalmado de encontro ao seio da mãe, dava-lhe uma dimensão maior e o fortalecia. Ela era o centro das atenções. Era a presença maior e a seu redor todos tendiam a se tornar em apenas pequenos outros que não deixavam de fitá-la encantados.