Livros, livreiros e impressos alcançaram grande relevância política e sociocultural no Brasil do século XIX, principalmente com o fim da censura e o estabelecimento dos editores na Corte imperial. Neste livro de três importantes historiadoras brasileiras vemos como se criou, na corte imperial, um ambiente onde a opinião pública passava a ocupar, progressivamente, a função de legitimadora de posições políticas, incentivando o contínuo surgimento de novos veículos de comunicação impressa no Império do Brasil.
Desta forma, no âmbito da pesquisa historiográfica, a verificação de um contexto histórico marcado pelo intenso fluxo de ideias, possibilitado, sobretudo, pela crescente circulação de livros, jornais, panfletos, estampas, almanaques, cartas, partituras de músicas, entre outros, tem motivado a realização de multifacetadas investigações históricas. Este livro toma como referência as pesquisas de Robert Darnton e Daniel Roche, onde a palavra impressa é vista como uma força ativa na história e não como um simples registro do que aconteceu.
Neste volume, foram reunidos textos dedicados a esses temas, bem como aqueles relacionados aos espaços de sociabilidade ao redor do livro, como bibliotecas e livrarias. Este livro oferece, portanto, um espaço de debate para o qual convergiram pesquisadores e estudantes que, motivados pelo estudo dos impressos, procuraram apresentar uma contribuição para a elaboração de uma nova interpretação do chamado longo século XIX brasileiro.