O NEGOCIADOR DE ALMAS. Pedro, sertanejo, homem do semi-árido, inconformado com a miséria que o assola, bem como à sua família, negocia sua alma como demo. Recusado, impossibilitado de fazê-lo devido as artimanhas do tinhoso, negocia a dos próprios filhos. O faz certo de que sua esper-teza, a fé e o poderio religioso da santa esposa, sustarão o ignóbil acordo; mas não sem antes que de alguma forma o acordado o favoreça. Entretanto, salta-lhe às vistas a ruína em que está mergulhando os amados filhos. Após inúmeras e infrutíferas tentativas para fazer valer o seu direito, se dá conta do ardil que fora vítima. Desesperado, sem alternativas diante das esquivas demoníacas; mata-se para confron-tá-lo no próprio território. Contudo, não pode fugir ao caminho traçado para todos os mortos; a quarentena, o período de permanência no cemitério – ou purgatório – junto à pútrida carne, na companhia de inúmeras e fantásticas almas. Uma vez livre, no campo do inimigo – ou dos amigos – se dá conta de sua pequenez para tão vultosa e decisiva batalha. E só a empreende sob a assistência dos poderosos anjos. Da santa e querida esposa e o seu batalhão de fé. Das almas irmãs do campo-santo, cuja causa também reclama o sangue demoníaco; e até das fantásticas e mitológicas forças da natureza: os elementares!