O advogado carioca Mário Barcelos foi encontrado morto com um tiro no peito, em seu próprio carro, próximo à sua residência, no bairro das Braunes. Conhecido pelas práticas pouco ortodoxas em defesa de políticos e empresários envolvidos em escândalos de corrupção, Barcelos vivia há cerca de 28 anos em Nova Friburgo, prestando, eventualmente, assessoria jurídica a empresas da cidade. Autêntico bon vivant e solteirão convicto, o experiente advogado não deixa filhos. Era assunto recorrente dos colunistas sociais e a notícia de sua morte, em uma fria manhã de inverno, escandaliza a sociedade friburguense. No local do crime, apenas um revólver e um livro de George dos Santos Pacheco, o que leva o policial Avellar a questionar o envolvimento do escritor no assassinato. Com poucas pistas, ele corre contra o tempo, encontrando em seu velho amigo X o parceiro ideal para desvendar o mistério. Entretanto, à medida que busca sentido para sua própria vida, descobre que tudo vai muito além das coincidências – e que nada é o que parece. No romance O mundo é pequeno demais para nós dois, George dos Santos Pacheco ingressa no terreno da autoficção e se torna personagem de si mesmo, traçando uma linha sutil entre ficção e realidade. Com seu jeito único de fazer literatura, numa trama irrepreensível, Pacheco questiona as mazelas da sociedade atual e lança luz sobre o que somos de fato e aquilo que poderíamos ser.