"Carioca da gema", nascida em 1969 e criada na periferia do Rio de Janeiro, a autora descobriu nas bibliotecas públicas um portal para escapar de sua realidade de miséria, abandono, abuso e violência. Com transtornos cognitivos não diagnosticados, dificuldades de interação e foco, Um. Prata, que só começou a falar aos três anos, percebeu nos livros a possibilidade de comunicação e um caminho para aprendizagem, sem as limitações trazidas pelo discurso e a fala. Histórias do imaginário, como o folclore brasileiro, chamaram a sua atenção para a cultura e ensinamentos de um povo. Transformando suas vivências em histórias, a escrita veio primeiro como diário, depois poesias e por fim contos, que são um convite à conexão do leitor com o lúdico, o cotidiano e o inconsciente: "O livro é uma proposta de dividir um pouco da percepção do meu mundo com outras pessoas e exemplificar que o conhecimento e a educação são fatores que podem mudar uma realidade social."