Depois do trabalho jornalístico que resultou no livro "A primeira e única, New York City – A discoteca que iniciou a era disco no Brasil", Mario Abbade e Celso Rodrigues Ferreira Júnior estreiam na ficção com "O Mitômano".
Quem há de negar que a falácia é inerente à condição humana? Machado de Assis já afirmava: "A mentira é muita vez tão involuntária como a transpiração." O nobre leitor há de concordar que a vida sem suor seria olfativamente mais agradável, contudo, como diria Umberto Eco, sem uma mentirinha aqui e outra acolá o mundo seria impossível. Ok, talvez ele não tenha falado exatamente assim, mas foi mais ou menos isso aí. Pode acreditar!
Praticamente um imortal da Academia Brasileira de Letras na arte do embuste, Frank sempre viu a mentira com bons olhos, mascarando a verdade com o brilhantismo de um Lord Byron da malandragem. Do colégio à faculdade, da vida social à amorosa, das obrigações do cotidiano às profissionais, nunca houve situação que ele não pudesse contornar com a sua criatividade e os seus dotes teatrais. Até aquela fatídica noite em que sua cabeça se chocou contra um dos pilotis da faculdade — um espetáculo ridículo e grotesco que o mandou para o hospital.
Festas regadas a uísque batizado com urina, invasões a shows de rock e avant-premières, pescarias naturistas em plena mureta da Urca, consultórios médicos... Enquanto luta pela própria vida, o mitômano é obrigado a repensar seus atos e a encarar o sofrimento que causou a Aline, seu grande amor, prestes a se casar com outro homem.
Acostumado desde jovem a inventar as histórias mais mirabolantes para escapar de uma enrascada, Frank agora está na berlinda e não será nada fácil se safar. Para isso ele precisará da ajuda do melhor amigo, de um arquiteto tarado e metido a intelectual, de quatro travestis e de uma... bem, é difícil explicar, você não acreditaria.
Parece mentira, mas é (quase) tudo verdade em "O Mitômano"!