Odisseu ou Ulisses, o herói do poema de Homero, é mais complexo e é mais moderno do que possa parecer. É o que vemos em O meu nome é ninguém - O juramento, romance do italiano Valerio Massimo Manfredi cujo título repete uma frase dita por seu protagonista, Odisseu. E mais de dois mil anos depois este personagem imortal continua a fascinar e a ensinar, a assombrar e a formar.
Na recriação de Manfredi, é o próprio Odisseu quem se torna o narrador de suas magníficas aventuras, de maneira a aproximar-nos desse protagonista não só muito humano, mas atual. Sua história é repleta de maravilhas e nobres façanhas, desde a infância do herói na pequena ilha de Ítaca até o dramático final da guerra de Troia.
Guerreiro, homem de Estado e diplomata, por vezes seguidas, Odisseu demonstra sua inteligência e sua sensatez. Propõe acordos pacíficos, resolve conflitos, prega a paciência e a lealdade, apesar de rodeado pelos personagens mais orgulhosos, intempestivos e belicosos da Antiguidade, entre os quais ressaltam Aquiles e Pirro.
Mas aí estão também Hércules, Páris, Laertes, Penélope, a bela Helena (a causa da "interminável" e cruenta guerra), e todos desempenham um papel fundamental neste grande drama íntimo e ao mesmo tempo legendário.