Um atraso, um átimo, um deslize. O que pode acontecer após uma brevíssima mudança no roteiro do dia? O quanto de mundo pode irromper aos olhos de um menino que simplesmente perde o ônibus? E que, por esse mero desvio na rotina, acaba conseguindo reparar no tanto de vida desfilando à sua volta?
Em O menino que perdeu o ônibus, Guto Lins convida os leitores a uma jornada pela faceta exuberante e lírica dos espaços mais corriqueiros. Apesar de correr mais rápido que as pernas, o protagonista dessa adorável aventura só chega a tempo de ver que seu ônibus ""virou ladeira/virou poeira"".
Esta é a deixa para que seu olhar, desarmado pelo imprevisto, acabe flagrando cenas que não teria reparado num dia normal. A seta de gaivotas rasgando o céu. O urso polar, o dragão e o coelho de pernas curtas desenhados nas nuvens. O coração tatuado na pele de uma árvore, a fábrica de vaga-lumes escondida em outra."