O livro conta a história de Victor, um menino muito mimado pela família. Ele era o filho único, primeiro e único neto dos avós paternos e avós maternos e o único sobrinho de cinco tios. Apesar de toda badalação, Victor era um menino carinhoso, disciplinado, obediente e muito simpático. E sua coleção de brinquedos era algo de impressionar. Victor recebia muitos brinquedos de seus pais, avós e tios. Mas, nem sempre, Victor era um menino alegre e feliz. E isto acontecia, às vezes, quando ele espalhava as dezenas de brinquedos no jardim da frente da casa e brincava sozinho. Ele se desinteressava por tudo o que estava fazendo e se cansava das mesmas brincadeiras e de arrumar tantos brinquedos em sua caixa de brinquedos. Nestas ocasiões ele parecia ficar triste, deixando que tédio apagar sua alegria. E foi em uma destas tardes de brincadeiras que algo mágico aconteceu na vida de Victor. Victor estava distraído com os seus brinquedos quando notou um menino olhando para ele, se apoiando na grade com as duas mãos e enfiando a cabeça no meio da grade. Era um menino pobre que acabara de pegar no lixo da casa papelão e latinhas de alumínio, colocando-as em seu carrinho de mão. O menino parou um pouco com seu trabalho para admirar as brincadeiras de Victor. E Victor lembrava-se da presença do menino, quando ouvia o desconhecido menino rir das suas brincadeiras, principalmente nas lutas entre os super-heróis e seus inimigos. Assim, nasceu uma amizade entre Fiote e Victor. No Natal Victor soube que Fiote não ganhava brinquedos do Papai Noel. Fiote acreditava que Papai Noel não encontrava sua casa na favela pelo fato das ruas não terem nome e as casas não terem números. No Natal, Victor separou boa parte de seus brinquedos para presentear Fiote e seus amigos. Esta amizade e seu gesto levaram Victor a descobrir um sentimento profundo de felicidade e paz de espírito, como se Deus tivesse tocado seu coração, através da solidariedade e amor ao próximo.