Carlos tem dez anos e há três espera sua mãe voltar no mesmo trem que a levou. Desde sua partida, a vida do menino é correnteza veloz, sem ponto de fuga. Ao João, o irmão mais velho, sobrou a função de cuidar dele, mas nunca escolheu esse destino e, sem perspectiva, mal dá conta de cuidar de si mesmo.
Romeo, o velho livreiro, vive feito árvore enraizada na beira do rio, até encontrar o menino e se ver como tronco de salvamento.
Em meio a cartas para a mãe, o mistério de seu sumiço, e revelações tão dolorosas quanto libertadoras, a vida do menino se desenrola em desafios grandes demais para uma criança.
Uma história permeada pela amizade que se desenvolve entre o menino e o livreiro, e as dificuldades deles e das pessoas que compartilham a mesma corrente. Cada um fazendo o que pode com as oportunidades que tem - ou com a falta delas.
É sobre a importância do sentimento de pertencimento, mas sobretudo a insistência em acreditar que sempre é possível começar de novo.
Um romance de estreia, contado de forma ritmada e fascinante por uma escritora que tem o domínio pleno da narrativa.