O que um homem com mania de grandeza, que se acha um ser humano extremamente singular – uma joia preciosa do universo – faria durante a quarentena em um país do terceiro mundo? E se esse homem, com todas as características de um megalomaníaco, fosse um ser medíocre, isto é: sem genialidade, sem um talento especial, uma ideia original, solitário, com um emprego ordinário, com uma formação ordinária e morador de um condomínio de classe média baixa chamado Bariloche IV. É aí que começa a aventura do nosso megalomaníaco medíocre, após dias de marasmo gastos nas redes sociais, ele resolve, como um exercício contra o tédio, instrumentalizar sua grandeza e ditar na abstração de sua mente a rotina e o destino de um dos desprezíveis moradores do seu condomínio: o senhor Ary, um velho solitário e incomunicável, trazendo, assim, algum sentido a sua existência. Todavia, algo inesperado e real acontece, um vulto estranho e enigmático surge no Bloco B, no apartamento 31, que fica de frente para o seu, de modo que essa sombra o persegue madrugada adentro e desperta nele o mais profundo Amor Hipotético.