O Canto Magnificat se manifesta quando Maria de Nazaré visita sua prima Isabel, após receber o anúncio do Anjo Gabriel de que Maria seria a mãe do Salvador. Ao encontrar-se com Isabel, como duas futuras mães que gerariam por obra do Espírito Santo, exclamou um louvor a Deus, por meio de um canto que mais tarde no evangelho de Lucas será denominado Magnificat. O Magnificat (o cântico de Maria) é considerado um dos textos mais belos da Bíblia, tanto pela sua forma como pelo seu conteúdo, cuja análise bíblica conduz ao louvor a Deus e um canto de misericórdia e libertação. Com o presente trabalho, propôs-se a realização de uma análise sociopolítica e literária do Canto Magnificat, utilizando, para esse fim, uma pesquisa bibliográfica qualitativa. Numa primeira abordagem, considerou-se o contexto político e literário, que aconteceu no século I, englobando questões culturais, políticas, históricas e econômicas, compondo, assim, o contexto do Magnificat. Posteriormente, é apresentada uma análise bíblica e teológica do texto em estudo. E por fim, é proposta uma possível hermenêutica do Cântico, considerando o Magnificat como uma canção em defesa dos pobres. Ao dizer não à neutralidade, a canção de Maria dos pobres coloca-se contra a existência de um mundo marcado pela angústia, pelo desespero, pela dor, pela pobreza, pela injustiça e pela falta de sentido. Maria, nesse sentido, canta para louvar a Deus e exaltá-lo como Salvador, que vem libertar o povo sofredor.