Esta história eu vou contar para vocês em primeira mão e não há um outro expectador melhor do que eu para narrar tudo o que se passou naqueles dias. Isso, porque eu estive presente em cada um dos eventos – assistindo a tudo bem de pertinho, a uns vinte centímetros do chão, de onde, ora eu era resgatado para os braços de Doroti, ora eu era enxotado para, fugindo o mais rápido possível, conseguir garantir a minha sobrevivência. Mas, no final das contas, para a minha sorte e grande satisfação, não ser notado a maior parte do tempo foi o melhor que me aconteceu: como vocês vão perceber, eu pouco sou citado na história e por isso mesmo, livrei-me de virar churrasquinho, prisioneiro, herói, vilão ou lenda. E, já que não inventaram de festejar o são final desta aventura com a minha pele tostadinha, acho melhor este lugar de narrador. Portanto, aconcheguem-se: eis a melhor fonte para a narrativa que está para chegar...