Em "O machete", Machado de Assis acompanha Inácio Ramos desde a infância, quando sua inclinação para a música se manifesta como um talento evidente. O entusiasmo inicial, alimentado pelo prazer que sentia ao tocar seu machete, acompanha-o até a vida adulta, momento em que percebe que sua dedicação não encontra o público que imaginava conquistar. Com o passar dos anos, Inácio tenta conciliar a paixão que conserva pelo instrumento com as frustrações que surgem diante da falta de reconhecimento. A convivência com diferentes ambientes musicais acentua o contraste entre o repertório ao qual se dedica e as expectativas daqueles que o cercam, criando um cenário em que aspiração e realidade caminham em sentidos opostos. À medida que esses impasses se aprofundam, o cotidiano de Inácio revela o peso de suas escolhas e a maneira como a música, que antes representava impulso e vocação, passa a ocupar um lugar marcado por tensões internas e pela busca de um espaço onde possa, enfim, ser ouvido.