O poema "O lenhador", publicado em 1918 no primeiro livro de poesia de Catullo da Paixão Cearense, Meu sertão, recebe uma edição cercada de todo o cuidado que merece. Organizada pelo poeta Francisco Marques e prefaciada por Manoel de Barrros, esta edição ilustrada de "O lenhador" traz o poema em duas versões – no português formal e em linguagem sertaneja, como era declamado por Catullo, autor da célebre canção "Luar do sertão", convidando assim o leitor a experimentá-lo em voz alta.
O segundo capítulo do livro, assinado por Francisco Marques, "Mestre Catullo: vida, paixão e lua", leva o leitor a aprofundar o seu olhar sobre o poeta, incluindo outros poemas, anotações
biográficas, citações sobre sua obra e bibliografia consultada. O leitor tem acesso a um apanhado com diversos trechos de obras de autores que comentaram a produção de Catullo, testemunharam sua performance em cantorias e recitais ou que fizeram dele personagem.
Entre os comentários, Marques pinçou um trecho do texto "Catullo Cearense", de Mário de Andrade. O modernista diz: "Catullo tornou-se um poeta admirável, certamente o maior criador de imagens da poesia brasileira. (…) O que distingue imediatamente Catullo Cearense da poesia propriamente popular é o que tem de mais precioso nele, a metáfora. (…) Mas eis que Catullo Cearense se bota comentando um sentimento, uma cabocla, um fato. Surge então o vate admirável, analista bom, frase percuciente, e sobretudo o espantoso inventor de metáforas."