Projetos de conservação da natureza podem ter um impacto social e cultural negativo? Por que algumas comunidades rejeitam de forma radical parques e outras áreas protegidas em sua vizinhança? É possível construir um tipo de desenvolvimento que ao mesmo tempo assegure a preservação de ecossistemas importantes e traga mais qualidade de vida para comunidades carentes?
Essas são as perguntas que se entrelaçam na viagem de O Jogo das Utopias Cruzadas a um dos lugares mais bonitos do Brasil, a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
A Chapada, como tantos lugares ainda preservados no Brasil e em outros países em desenvolvimento, abriga, ao mesmo tempo, enorme riqueza natural e baixos índices de desenvolvimento humano. Ponto de encontro de inúmeras iniciativas de conservação da rica biodiversidade do Cerrado, ela é também uma região de muita pobreza e desigualdade, ocupada por quilombolas, antigos garimpeiros de cristal-de-rocha e um amplo contingente de caipiras.
Nessa jornada, o Jogo das Utopias Cruzadas mostra como, sem uma mudança radical de práticas políticas nesses lugares, que inclua repensar o lugar da ciência e da técnica nas iniciativas de conservação e levar a sério a ideia de participação, não será possível conseguir essa desejada conciliação entre economia e natureza.